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A nossa sociedade está direcionada para um ciclo de destruição, uma vez que o que é hoje, amanhã já pode não ser. Todos sabemos que ao comprarmos um telemóvel último modelo, por exemplo, no dia seguinte de certeza sairá para o mercado outro mais sofisticado.
As transformações da educação contemporânea são determinadas pelo fenómeno da mediatização da nossa sociedade. Há uma lei que diz que o aumento de complexidade de qualquer sociedade vai determinar que essa sociedade se transforme.
Os humanos nascem completamente inaptos, segundo Piaget só aos doze anos conseguimos atingir as defesas dos animais. Assim, a grande invenção dos humanos é a educação, onde todos os saberes devem ser transmitidos.
Quando a aprendizagem se fazia num contexto natural das atividades quotidianas, então não era precisa a escola. Era a chamada cultura oral que ainda hoje é importante, uma vez que os idosos continuam a ser os fiéis depositários da cultura, eles assimilam o passado ao presente, tendo este a tendência de ser interpretado em função do passado.
A invenção da escrita teve um enorme impacto para a sociedade e para a cultura, pois com ela nasceram novas possibilidades de armazenamento de informação. Passámos assim a ter uma cultura tipográfica, onde o saber/conhecimento é divulgado através do livro que pode ser lido, relido e interpretado. A modernidade não pode ser pensada sem a existência da imprensa que permitiu que as pessoas lessem por elas próprias e que não se limitassem a interiorizar apenas o que lhes era transmitido. A imprensa foi a base fundamental do pensamento crítico.
No entanto, nos últimos setenta anos, o nosso modo de existência foi completamente transformado pelos meios de comunicação. Com a influência do computador deixou de se dar tanta importância à caligrafia, por exemplo. Atualmente, o que é fundamental é saber trabalhar com o computador, o qual veio mediatizar a relação que o ser humano tem com o mundo. Segundo Castells, a atual Sociedade do Conhecimento é uma “sociedade na qual as condições de geração de conhecimento e processamento de informação foram substancialmente alteradas por uma revolução tecnológica centrada no processamento da informação, na geração do conhecimento e nas tecnologias da informação”.
Passámos assim para uma cultura digital que veio misturar a informação com o entretenimento.
Ora, como nas novas tecnologias quase tudo é permitido, temos que ser cada vez menos falíveis. A evolução dos meios de comunicação determina, necessariamente, mudanças na sociedade. O meio em que vivemos exige-nos elevadas competências de receber e filtrar toda a informação que surge sob o formato de uma avalanche. Daí Ilharco ter referido, em 2003, que estamos mergulhados num contexto tecnológico que define o modo de encararmos o mundo e até a nossa maneira de ser.
Assim, podemos concluir que todos os meios tecnológicos articulados constituem uma extensão do sistema nervoso central, acrescentando-lhe uma rapidez que o homem, só por si, ainda não consegue atingir. É evidente que todo este avanço, também representa inúmeros perigos para a sociedade, uma vez que nesta era do acesso em que nos encontramos, as máquinas inteligentes substituem de uma forma galopante o trabalho humano.
Na minha opinião, esta avalanche tecnológica, aleada a outros fatores, é uma das grandes responsáveis pelas elevadas taxas de desemprego, pois nem todos possuem qualificações superiores para o exercício do seu trabalho, qualificações essas defendidas por Yves Courrier para definir a sociedade do conhecimento.
Bibliografia:
Bibliografia:
Castells, M. A sociedade em rede (3ª Edição ed.). Paz e Terra.
Sociedade da informação / Sociedade do
conhecimento. (29 de maio de 2006). Recuperado el 9
de novembro de 2014, de Desafios de Palavras: http://vecam.org/article519.html